terça-feira, 17 de setembro de 2013






Às vezes me lembro daquele olhar vazio, vago, distante. As palavras saiam como navalhas em minha direção, me rasgando por inteira. Sentimentos não me tocam, me rasgam. 

E era assim que eu me sentia, dilacerada. Senti-me assim por um bom tempo. Cortada em pedacinhos. Percebi que nunca mais seria aquela pessoa de antes dele entrar em minha vida. Estava quebrada.

Tudo mudou. Ou melhor, a dor muda o coração, a direção, a sensação... Sim, é verdade! Vira e revira em um total descompasso, a melodia não é mais a mesma. Achar o ritmo de novo leva certo tempo. 

Dor, ansiedade, angústia, um não existir... A falta do outro para se reconhecer.

Com o tempo vai deixando de viver a falta, e começa a procurar o que sobrou. A catar os cacos. E cada vez que olha descobre algo novo, na verdade parece ter muito mais do que imaginava...

Entre tropeços, vai aprendendo que talvez exista outras formas mais leves de ser. E vai se remendando, colando... Os pedacinhos vão se juntando novamente, vai descobrindo novas coisas, novos prazeres, e tudo vai se transformando.

Percebe que continua sendo a mesma, e ao mesmo tempo outra... 

Cicatrizes? Eu diria desenhos na alma...


*A foto não é minha, não lembro de onde tirei estava nos meus arquivos. Qualquer coisa é só falar que retiro, e quem souber os créditos avisa que coloco.

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